
Uma das palavras mais rotineiras no cotidiano das grandes cidades é “estresse”. Ela serve para definir as incomodações, tristezas, frustrações e insatisfações no trabalho, na família, no trânsito… Mas você sabe o que é o estresse? “É como chamamos a resposta do organismo a situações de perigo ou ameaça, que fazem com que sejam liberadas diversas substâncias. A principal delas é a adrenalina, que nos permite estar prontos para uma fuga ou enfrentamento daquela situação”, explica a psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento Lorena Caleffi. Imagine que você está numa mata, sozinho, e se vê frente a frente com uma onça. É o estresse, em sua função adaptativa e protetora, que prepara o corpo para avaliar a situação e decidir se luta contra o animal ou foge dele. A partir das substâncias liberadas no organismo, ocorre uma maior oxigenação do cérebro e dos músculos. No entanto, essa condição essencial para a sobrevivência da nossa espécie também pode assumir um papel muito prejudicial, pois nem sempre é desencadeada por fatores externos, como situações de perigo e risco. “A ansiedade, que é uma condição de alteração psicológica, faz com que a pessoa fique em alerta em situações em que a maioria dos indivíduos não ficaria, como nos quadros de fobia, ansiedade generalizada e, de modo extremo, na doença do pânico”, complementa a Dra. Lorena. Nesses casos, a liberação das substâncias provocada pelo estresse ocorre de modo mais frequente, exigindo que as células utilizem mais oxigênio do que o habitual. Com isso, o funcionamento do sistema imunológico é prejudicado. Estresse e sistema imunológico A condição de um estresse crônico e frequente pode afetar o correto funcionamento do sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a doenças, como as causadas por vírus ou bactérias. Alguns estudos já demonstraram que o estresse interfere na produção de cortisol. Esse é o hormônio responsável por aumentar a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando a resposta muscular. Ao mesmo tempo, ele inibe as funções de recuperação, renovação e criação de tecidos do organismo, o que a longo prazo pode prejudicar o bom funcionamento do corpo. Tal desgaste celular é um dos fatores que pode fazer com que as células do sistema imunológico não consigam combater células cancerosas. Quando nosso corpo detecta uma célula neoplásica, ele tenta eliminá-la. O desgaste celular causado pelo estresse crônico pode dificultar o combate e eliminação dessas células. Assim, a chance de que elas se multipliques e, a longo prazo, um câncer se estabeleça, são maiores. Mente sã, corpo são Compreender o que nos estressa, identificar a fonte dessa condição e aprender a lidar com essas situações é fundamental para a saúde. Práticas de relaxamento, meditação e ioga colaboram para o equilíbrio do corpo, assim como dançar, passear e desenvolver atividades artísticas e lúdicas que promovam a distração.